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Trataremos, em alguns textos, sobre o papel do marido e da(s) esposa(s) de acordo com as Escrituras. Tal empreendimento será duro, considerando o ambiente cultural em que vivemos e que, por promover o orgulho de crer que vivemos na plenitude dos tempos, faz parecer que todas as culturas anteriores eram atrasadas e que influenciaram o ponto de vista bíblico a respeito das mulheres – com respostas sempre sendo: “isso era para àquela época”, “a bíblia não podia ir de cara contra a cultura, porque aumentaria a perseguição”, “você é machista se crer em certas coisas” etc. (veja nosso texto sobre o Pecado do Machismo).
Porém, nossa proposta, passando de largo os questionamentos culturais (veja o nosso texto Poligamia na Lei de Deus – Parte 2 sobre isso), é lidar com os textos bíblicos desde a criação do homem até a consumação em Apocalipse, portanto, essa série de comentários e explicações textuais nos levará a ter uma visão que não seja isolada (como habitualmente é, somente se tratando de Efésios 5, por exemplo). Doerá aos olhos e ouvidos até dos que são chamados de machistas; é claro, pois o texto bíblico, que quer mostrar que as coisas não são culturais, começa a tratar deste assunto já na criação do homem. Mas não se desespere, não queremos fazer nenhuma mudança política e nem mudar nenhuma lei específica, antes, queremos expor o texto bíblico e mostrar o seu significado, independente do que hoje pensemos dele.
Nos valeremos dos comentários do Novo Testamento (NT) que eventualmente expliquem passagens específicas, já que, naturalmente, iniciaremos nosso estudo de Gênesis, e não do NT, como é habitual na maioria dos autores. Se uma prática não é estimulada pelos dois Testamentos, algo suspeito deve ser notado nisso, de modo que nos recusamos a olhar com uma percepção caolha para o texto sagrado.
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Para melhor compreensão deste texto sugerimos que você leia o artigo “Confessionalismo e Credos” e também “O Que é a Lei de Deus?“. A não leitura destes textos pode não deixar claro o que estamos fazendo no atual. Lembrando que destacaremos em negrito aquilo que se mostrar diretamente contrário à Escritura na CFW (Confissão de Fé de Westminster).
CAP 23:1
Leia mais »Deus, o Senhor supremo e Rei de todo o mundo, para a sua glória e para o bem público, constituiu sobre o povo magistrados civis que lhe são sujeitos, e a este fim os armou com o poder da espada para defesa e incentivo dos bons e castigo dos malfeitores. Ref. 1- Rm 13:1-4; 1 Pd 2:13, 14.
Para que a leitura do texto atual faça algum sentido, é essencial que leia os nossos três textos anteriores (Poligamia na Lei: Parte 1 e Parte 2; Poligamia nos Profetas e Livros Poéticos). Sem eles você não compreenderá suficientemente o texto abaixo.
Temos visto que Deus não proibiu a poligamia na Lei, que os profetas até a tratam como uma bênção de Deus (como no caso de Davi, por exemplo) e que os livros poéticos até embelezam a poligamia, o que sugere, no mínimo, que o NT terá concordância com todo o resto da Escritura. O Novo Testamento deve prever que não haja pecado atrelado à poligamia, se for verdade que nem no AT ela o seja. Essa mudança em algo que nunca foi proibido por Deus causaria uma ruptura muito grande entre o AT e o NT, algo que, claramente, não pode ocorrer, visto que a Lei de Deus (i.e., seus mandamentos) não mudam, embora a lei no seu sentido ritual ou cerimonial tenha chegado à sua plenitude com a vinda de Cristo e, portanto, não precisa mais ser posta em prática. Assim, o fato de tratarmos o NT em um texto separado não é por crermos que haja uma ruptura entre o AT e o NT, mas porque é preciso para que os textos não fiquem grandes demais.
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Sugiro que, antes de ler este texto você leia os dois anteriores sobre a Lei de Deus (Parte 1 e Parte 2). Caso você leia este antes dos outros poderá haver confusão, já que dividimos os textos apenas para diminuir a carga da leitura e não ficar extremamente cansativa.
Tendo visto que a Lei (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) não só permite a poligamia, mas em alguns momentos a pressupõe como natural, seria bom que víssemos nos Profetas como essa lei tem continuidade. Afinal, se é verdade que a Bíblia não se contradiz, então precisamos esperar que essa não proibição na Lei tenha efeitos posteriores. Assim, agora, o que você verá é como Davi, Salomão, Ezequiel entre outros poucos lidaram com a Poligamia Masculina. Ah, e claro, assumimos aqui que “Profetas” incluem os chamados livros Históricos (como Reis e Crônicas) enquanto os poéticos são os livros restantes (Jó e Salmos, por exemplo).
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Xénos Magos 